Saturday, May 10, 2014

Matheus Santana, recordista mundial de olho na Olimpíada


Matheus Santana foi o primeiro nadador brasileiro a colocar seu nome na recém criada lista dos recordes mundiais de juniores da Federação Internacional de Natação. No último Troféu Maria Lenk de Natação, de 21 a 27 de abril, ele marcou 48s61 nas finais e além de ser o novo recordista do mundo para os que têm até 18 anos, virou os holofotes para si como forte promessa do país para os Jogos Olímpicos Rio 2016 tanto individualmente como para integrante de revezamento.
Ele está competindo no Brasileiro Júnior e Sênior de Natação, que termina neste sábado, 10/05, na piscina do Botafogo, com grandes chances de estabelecer outras marcas importantes, no entanto, desde 2006, quando tinha apenas 10 anos, Matheus vem testando seus limites no Campeonato Nacional dos Correios, competição idealizada pela CBDA há 20 anos para incentivar a prática da natação entre os funcionários da empresa e seus dependentes.
- Quando eu comecei na natação minha mãe já trabalhava nos Correios há muito tempo. Um dia uma amiga dela viu no boletim interno a inscrição para o Campeonato Nacional dos Correios e resolveu me inscrever. Eu já praticava e me destaquei porque a competição era mais para integração e motivação dos funcionários e dos filhos. Passei para a fase final e ganhei. No ano seguinte, 2007, eu me inscrevi de novo e ganhei. Encontrei o Coaracy (Coaracy Nunes Filho, presidente da CBDA) no aeroporto e me apresentaram a ele, que me convidou a ir à CBDA, lá no Maracanã. Fui até lá com minha mãe. Ele me deu uns uniformes da seleção e conversou comigo. Nesses campeonatos dos Correios vão os atletas da seleção. Aí tinha Gustavo Borges dando palestra, Cesar Cielo garotinho, a Mariana Brochado nadando ainda… E eu pequeno pedindo o autógrafo deles. Lembro à beça disso. Todo ano passei a disputar e teve um ano que eu não ganhei porque o Iago Rodrigues , de Brasília, nadou e ganhou. Era a época dos trajes. Eu nadei de sunguinha e ele com o traje – riu – Nos outros anos nadei e ganhei todas. Disputei de 2006 a 2012, ano passado não nadei, mas estava lá! Os troféus dos Correios estão separados dos outros que estão na sala da minha casa. Estão todos no meu quarto. Em dois anos fui à Clínica que a CBDA oferece aos vencedores nos Estados Unidos e achei muito legal. Uma coisa nova para quem não conhece a natação em alto nível.  Estou contando isso porque a convivência com todos aqueles atletas, ali naquela competição, incentiva muito. Eu pensava: “Um dia vou competir com eles” – contou.
Matheus, como todo atleta, trava algumas lutas pessoais, e uma das principais é contra uma enfermidade: O diabetes. Ano passado ele foi cortado pela CBDA do Campeonato Mundial Junior, realizado em Dubai, devido aos exames muito alterados.
- Comecei na natação por causa da indicação da pediatra, com cinco anos, na piscina do Fluminense. No começo eu não queria, achava que ia me afogar. Quando fui morar na Penha, com a minha tia, entrei para a equipe do Clube Olaria. Com oito anos descobri o diabetes. Eu já vinha tendo sintomas há um tempo. Eu urinava muito, ficava com muita sede e quando eu passei mal treinando, minha tia me tirou da água e levou à clínica. A médica fez o exame de glicemia e me encaminhou para o hospital do Andaraí. Fiquei internado duas semanas. Eu era novo e não tinha noção da gravidade, do que era ficar diabético. No começo foi fácil pra mim, mas difícil para os meus pais. Depois minha mãe começou a entender as coisas, comprar tudo o que eu precisava para controlar a doença. Dei entrada num programa para controlar o diabetes no hospital de Bonsucesso e lá tem uma orientação para os pais. Nunca fui rebelde, mas eu esquecia, passava mal… Agora estou muito mais tranquilo. Já tenho mais tempo de vida com o diabetes do que sem. Sempre tive consciência de que tinha que tratar, mas depois de perder o Mundial por uma bobeira, por ter esquecido de tomar um medicamento, fiquei muito mais consciente. Perder o Mundial foi uma coisa boa. Não na hora, mas depois. Mudei muitos hábitos alimentares, sou muito mais regrado e tenho muito mais noção do que eu tenho que fazer. Amo nadar e não vou deixar nada me atrapalhar. Tenho noção de que para ser um atleta de elite não posso ter a glicemia a 380. A Unisanta montou um suporte de endócrino, nutricionista, psicólogo e minha cabeça mudou bastante – explicou.
Batalhas vencidas no dia-a-dia, os objetivos do jovem Matheus vão acompanhando seu crescimento como atleta. Treinando na Unisanta, em Santos/SP, sob as orientações do técnico Márcio Latuf, ele se prepara para começar a cursar a faculdade de Administração de Empresas, mas sem perder o foco nas metas esportivas.
- A gente vinha trabalhando em cima do recorde mundial junior há um tempo. Uma coisa que a gente trabalhou à beça foi a segunda metade da prova, a volta. Eu sempre tive uma boa volta, mas para nadar para 48 segundos tinha que voltar muito bem, com 25, 24 segundos. Os 50m livre é uma prova em que não estamos focados. Estamos trabalhando muito os 100m e começando a entrar nos 200m livre.  Nado os 100m borboleta também, mas como nos programas ela cai sempre no mesmo dia que os 200m livre fica complicado. A competição alvo do ano são os Jogos Olímpicos da Juventude. Ano que vem o foco são Jogos Pan-Americanos e Mundial de Kazan (Mundial dos Esportes Aquáticos) e depois é fazer tudo para ter uma vaga na equipe olímpica. Acho que a disputa dos 100m livre vai ser muito forte no Brasil. Não tem apenas dois brigando pela prova. Todo mundo quer ir para a Olimpíada. Todo mundo quer fazer parte do revezamento. O bicho vai pegar! – brincou – Sou competitivo pra caramba em tudo o que eu faço e a final vai ser de quem tiver mais raça. Quando começar a afunilar, a última seletiva para a Olimpíada vai esquentar – prevê Matheus.
Os Jogos Olímpicos da Juventude acontecem em Nanjing, na China, em agosto deste ano. Após o Brasileiro Júnior e Sênior os departamentos médicos da Unisanta, da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e do Comitê Olímpico Brasileiro farão avaliações para que a saúde de Matheus não seja nunca mais motivo para que ele perca competições importantes e que possa manter seus objetivos de vida todos em dia.
Eliana Alves/ Souza Santos/ Mariana de Sá

Foto Satiro Sodré



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